Meninas e meninos também ajudam

26, maio, 2015

 

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Criança não trabalha, mas pode ajudar nas tarefas domésticas. Nas comunidades quilombolas e Huni Kuĩ, todo mundo colabora, a começar de pequeno, e essa rotina ajuda a reforçar a identidade dessas culturas tradicionais. Afinal, não é só na escola que a gente aprende. É participando das pescarias, da caça, da roça, da cozinha, do cuidado com as criações, que as novas gerações descobrem as técnicas e os segredos da vida ribeirinha e indígena.

Foi convivendo, conversando e trocando informação que tecemos o “Manual das Crianças do Baixo Amazonas” e o “Manual das Crianças Huni Kuĩ”, numa dinâmica colaborativa em que crianças e jovens lideram o levantamento de aspectos relevantes de sua cultura.

Nas cinco comunidades quilombolas em que estivemos, vimos que há muita coisa em comum. O puxirum, por exemplo, é a forma como eles trabalham, em sistema de mutirão, com a participação dos mais novos também. Assim fazem a roça da mandioca, limpam o igarapé ou a estrada. A família que chama os vizinhos para o puxirum é quem sempre oferece a comida!

O dia a dia na terra indígena Kaxinawá do Rio Humaitá, no Acre, começa assim que o sol nasce. Está entre as atividades das garotas Huni Kuĩ ajudar as mães a lavar os pratos e a roupa na cacimba ou no igarapé, buscar água, ajudar a varrer a casa e o terreiro. Os meninos pegam lenha, dão comida às criações e acompanham os pais na caça e na pesca.

O Projeto Tecendo Saberes é uma idealização da artista Marie Ange Bordas, em parceria com o Instituto Catitu, e patrocinado pelo Programa Petrobras Cultural.